Pactos fáusticos e outras heresias nas Rezas do diabo, de Venceslau de Queirós / Faustian pacts and other heresies in Rezas do diabo, by Venceslau de Queirós
Resumo
RESUMO: Este artigo irá enfocar o livro Rezas do diabo, do simbolista e satanista Venceslau de Queirós. Considerado pela crítica como um dos nossos mais importantes baudelairianos, esse autor, apesar de ter traduzido e divulgado, em expressivos jornais brasileiros, vários poemas de Charles Baudelaire, é ainda pouco conhecido e raramente estudado no meio acadêmico. Se em seu livro Rezas do diabo, publicado postumamente em 1939, há muitos versos que dialogam de forma intensa com o autor de Flores do mal, percebemos também que Venceslau de Queirós era um bom leitor de Goethe, como se pode ver no poema intitulado “Doutor Fausto”, cuja principal temática será o pacto com Mefistófeles.
PALAVRAS-CHAVE: Venceslau de Queirós. Rezas do Diabo. Pactos fáusticos.
ABSTRACT: This paper will focus on the book Rezas do diabo, by the Symbolist and Satanist Venceslau de Queirós. Considered by the critics as one of our most important Baudelairians, this author, although he had translated and divulged several poems by Charles Baudelaire in expressive Brazilian newspapers, is still little known and rarely studied in the academic world. If in his book Rezas do diabo, published posthumously in 1939, there are many verses that dialogue intensely with the author of Flowers of Evil, we also realize that Venceslau de Queirós was a good reader of Goethe, as can be seen in the poem titled “Doutor Fausto”, whose main theme will be the pact with Mephistopheles.
KEYWORDS: Venceslau de Queirós. Rezas do Diabo. Faustian pacts.
RESUMEN: Este artículo enfocará el libro Rezas do diabo, del simbolista y satanista Venceslau de Queirós. Considerado por la crítica como uno de nuestros más importantes baudelairianos, ese autor, a pesar de haber traducido y divulgado, en expresivos diarios brasileños, varios poemas de Charles Baudelaire, es todavía poco conocido y raramente estudiado en el medio académico. Si en su libro Rezas del diablo, publicado póstumamente en 1939, hay muchos versos que dialogan de forma intensa con el autor de Las flores del mal, percibimos también que Venceslao de Queirós era un buen lector de Goethe, como se puede ver en el poema titulado “Doutor Fausto”, cuya principal temática será el pacto con Mefistófeles.
PALABRAS CLAVE: Venceslau de Queirós. Rezas do Diabo. Pactos fáusticos.
Texto completo:
PDF - P. 349-359Referências
ANDRADE, Mário de. Macunaíma, o herói sem nenhum caráter. São Paulo: Martins; Belo Horizonte: Itatiaia, 1981.
AGANBEM, Giorgio. Profanações. Tradução de Selvino Assmann. São Paulo: Boitempo, 2007.
BAKHTIN, M. Questões de literatura e de estética. Tradução de Aurora Bernardini. São Paulo: UNESP; Hucitec, 1988.
AMARAL, Rubens. Prefácio. In: QUEIRÓS, Venceslau. Rezas do diabo. São Paulo: Empresa gráfica da Revista dos Tribunaes, 1939.
BALAKIAN, Anna. O Simbolismo. Tradução de José Bonifácio Caldas. São Paulo: Perspectiva, 1985.
BAUDELAIRE, Charles. Poesia e prosa. Tradução de Alexei Bueno et al. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1995.
BENJAMIN, Walter. Charles Baudelaire: um lírico no auge do capitalismo moderno. Tradução de José Barbosa e Hemerson Baptista. São Paulo: Brasiliense, 1989. (Obras escolhidas. Volume 3).
BERMAN, Marshall. Tudo que é sólido desmancha no ar. Tradução de Carlos Moisés e Ana Ioriatti. São Paulo: Companhia das Letras, 1986.
BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 1983.
______. O ser e o tempo na poesia. São Paulo: Cultrix, 1990.
CAMPOS, Haroldo de. Deus e o diabo no Fausto de Goethe. São Paulo: Perspectiva, 2005.
CANDIDO, Antonio. A educação pela noite e outros ensaios. São Paulo: Ática, 1987.
DABEZIES, André. “Fausto”. In: BRUNEL, Pierre. (org.) Dicionário de mitos literários. Tradução de Carlos Sussekind et al. Rio de Janeiro: José Olympio, 1997.
FERRAZ, Salma (org.). As malasartes de Lúcifer. Londrina: EDUEL, 2012.
FERREIRA, Jerusa Pires. Fausto no horizonte. São Paulo: EDUC; Hucitec, 1995.
FREIRE, Ezequiel. Livro Póstumo. São Paulo: Weisflog Irmãos, 1910.
GOETHE, J. W. Fausto: Uma tragédia. Primeira Parte. Tradução de Jenny Klabin Segall. São Paulo: Editora 34, 2004.
MOISÉS, Massaud; PAES, José Paulo (orgs.). Pequeno Dicionário de Literatura Brasileira. São Paulo, Cultrix, 1987.
MUCHEMBLED, Robert. Uma história do diabo. Séculos XII-XX. Tradução de Maria Helena Kuhner. Rio de Janeiro: Bom Texto, 2001.
MURICY, Andrade. Panorama do movimento simbolista brasileiro. Vol.1. Brasília: Ministério da Educação e Cultura; Instituto Nacional do livro, 1973.
MURICY, Andrade. Presença do Simbolismo. In: COUTINHO, Afrânio. (org.). A literatura no Brasil. Vol. IV. Rio de Janeiro: EDUFF, 1986. p. 399-488.
NOGUEIRA, Carlos Roberto F. O diabo no imaginário cristão. São Paulo: Ática, 1986.
PEREIRA, Kenia Maria de Almeida (Org.). Obras do diabinho da mão furada, de Antônio José da Silva, O Judeu. São Paulo: Imprensa Oficial, 2006.
QUEIRÓS, Venceslau. Rezas do diabo. São Paulo: Empresa gráfica da Revista dos Tribunaes, 1939.
RAMOS, Péricles Eugênio da Silva. Poesia Simbolista. São Paulo: Melhoramentos, 1965.
ROCHA, Claudecir de Oliveira. Poemas satânicos no Brasil. 2014. 139f. Dissertação (Mestrado em Estudos Literários). — Curso de Pós-graduação em Letras, Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2014. Disponível em: . Acesso em: 03 fev. 2019.
SCHWARCZ, Lilia M; STARLING, Heloísa M. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
TORRES, Marie-Hélène Catherine. “O satanismo em Cruz e Sousa e Baudelaire”. Travessia, Santa Catarina, 4° 26, pp. 137-142, 1993. Disponível em: . Acesso em: 03 fev. 2019.
Apontamentos
- Não há apontamentos.
Direitos autorais 2019 Guavira Letras